- Eu sempre imaginei - de maneira breve - que sua dor seria mais intensa em mim, e que eu perderia por consequência as coisas que eu amo, bem devagar. É que de repente, veio aquele medo de não sentir mais medo de ficar sem você. Eu sei lá, talves seja a hora de me adimirar sozinha, sem receio das coisas que você não gosta de ver, sem me preocupar que você deve acordar às seis, que eu devo acordar também, que você gosta do meu cheiro, e eu não devo mudar, porque gosto de agradar, eu não quero gostar, eu não gosto, não mais.
- Você poderia não ser o que eu queria que fosse, aliás, você deveria ser o que eu queria que você fosse, porque você não é do jeito que eu quero te querer, você é do jeito que eu quero sem querer, sabe? Eu não sei se ainda há tempo pra pensar em separar as coisas, eu não sei se ainda há tempo pra dizer que eu sinto..
- Que sente muito? Na verdade a gente não sente, você sabe.
- Mentira, nós sentimos sim, eu sinto, eu quero sentir.
- Não, tudo que você quer é que isso termine logo, e que a minha voz suma da sua cabeça, você quer que acabe, eu quero que acabe, eu quero que isso pare!
- Fico triste por não sentir tanto assim, mas fico mais triste por saber que não sente também.
- Eu entendo. No começo, quando eu pensava em não te querer mais, imediatamente eu sentia medo por talves você sentir isso também.
- Eu tenho que ir
- Você tem
- Passo aqui às oito, pra buscar as coisas
- Não. Leva tudo agora, às oito eu não estarei aqui.
restos de julho.
[imissyou][imissyoutoo]