sexta-feira, 28 de maio de 2010


Eu passo a maioria do tempo sozinha, eu me desacostumei com a voz das pessoas por perto, eu escuto o meu próprio silencio, e ele me completa. Existem coisas melhores que as pessoas, pessoas são sempre tão confusas, eles sempre esperam alguma coisa, como uma criança em uma loja de brinquedos com os pais, como se sempre estivessem prontas pra ganhar a partida, ganhar a briga, ganhar a conversa, ser o mais forte, o melhor, o que fala mais alto. Porque? Eu não me preocupo em falar mais alto, eu nem me preocupo que as pessoas me escutem, e essas 2046 visitas no perfil do meu blog me causam espanto, sempre achei que escrevia pro vento, e que minhas palavras eram só pra mim mesma. Sei lá, odeio o fato de nada me suprir, nada me convence que eu estou indo bem, aliás, eu realmente não estou indo bem, não mesmo. Eu fico trancada ouvindo a minha
própria voz o dia inteiro, ás vezes, eu acordo, e me arrasto até a cozinha, e ouvir meus próprios passos no silencio oco da casa me irrita, me desconserta, mas não me deprime. Ás vezes até a minha própria voz me assusta, eu penso calada, eu não preciso dizer nada. Eu não sei porque estou escrevendo isso, eu não sei quem vai ler, eu não sei como as pessoas são, eu não sei quem eu costumava ser. Eu me perdi nas suas necessidades, que esqueci das minhas, não sei o que eu preciso pra ficar bem, eu não estou bem, nem mal, eu não sinto nada. E você, ah.. Você eu já nem sei.